terça-feira, 6 de setembro de 2011

Resgate;Pretérito Imperfeito, Mais que Perfeito.




A Banda Resgate é considerada uma das principais referências de pop rock gospel de qualidade. Com 22 anos de estrada, o grupo tem uma vasta coleção de sucessos e muita história pra contar.




Em comemoração a este momento e atendendo aos pedidos de fãs de todo o país, a Sony Music lançou o CD Pretérito Imperfeito, Mais que Perfeito reunindo 19 canções que marcaram a discografia da banda e ainda nos presenteia com uma faixa inédita, a canção “Assim Caminha a Humanidade?”. A coletânea nos faz notar a evolução da banda.




Assim como o primeiro trabalho lançado pela nova gravadora – “Ainda não é o último” – o álbum se destaca pela qualidade do material, fazendo com que valha a pena adquirir o CD original e ficar apreciando o design da capa (em formato digipack) e o encarte.




O encarte vem recheado de fotos do arquivo pessoal dos integrantes do grupo, algumas são antológicas, com destaque para o visual das cabeleiras. No lugar das letras, podemos ler declarações dos músicos contando curiosidades bem interessantes sobre os hinos. A montagem da capa também é um caso a parte. Show de bola!




O site oficial do grupo ainda apresenta a identidade visual do disco anterior, mas com certeza ficaria muito bacana se o design de Pretério imperfeito... fosse explorado também na web.




Gravada no primeiro estúdio de Rick Bonadio, em uma mesa de 8 canais, Rock da Vovó foi a segunda canção composta pela banda. A letra versa uma história fictícia de um cara que no meio da loucura se lembra dos conselhos de sua avó e se encontra com Jesus. Ouvindo a gravação original, dá pra notar o nível acadêmico de uma banda ainda em formação, mas que, na época, já se destacava com a letra “diferente” e os riffs de guitarra.




Ele vem disserta que Jesus está vivo, indo contra a noção errada que as vezes carregamos, tendo Jesus sempre associado com a crucificação e não com a ressurreição. A linguagem do arranjo já é um pouco melhor em relação a faixa anterior, assim como a melodia. As harmonias do Resgate são bem elementares, com poucos acordes e muita simplicidade, porém nesta música já temos uma pequena fuga dos mesmos três acordes de rock. Destaque para o solo de guitarra.




Em Daniel é notória a evolução da banda. Apesar de algumas falhas de mixagem e de ainda terem dificuldades em achar o som da banda, dá para perceber a melhora do grupo. A letra fala de uma decisão que devemos tomar em seguir a Deus. Mesmo com riscos, ainda que possamos cair na cova dos leões, saímos ilesos por termos feitos a opção correta em Deus. Faixa do disco “Vida, Jesus e Rock in roll”, lançado em 1993, a música é até hoje uma das mais pedidas nos shows.




Além de ser uma balada linda, Todo som é um daqueles louvores que surgem da intimidade com Deus. A canção é conduzida no estilo violão e voz. Uma curiosidade: O Estúdio de Rick Bonadio era em uma casa que tinha um quintal amplo e eles resolveram gravar a introdução e o final no jardim. Apesar das dificuldades em completar a externa, por causa dos carros e caminhões de gás que passavam na rua, no final deu tudo certo. Observação: Os pássaros são de verdade.




Um riff em Lá maior abre Acusador, que é uma declaração de consciência e compreensão sobre quem é Deus, quem é o diabo e quem somos nós.




Fez parte do repertório de “On the rock”, que é meio Hard Rock e que, segundo os mais puristas, é o melhor trabalho da banda. 5:50 AM é talvez a mais antiga composição da banda e também uma das mais pedidas nos shows, se bem que, a execução de hoje é bem melhor do que a original. Um detalhe interessante é a cadência do hino, que é desenvolvido sobre um compasso 6/8, recurso que era comum no rock dos anos 60 e 70. Uma curiosidade: Hamilton tocava esse riff sempre nas passagens de som e nos ensaios, um belo dia a letra virou e a música aconteceu.




O Resgate não é uma banda de louvor comunitário e suas músicas visam quem não conhece ou nunca ouviu falar de Jesus, mas sempre surge uma canção um pouco mais “vertical”, como Palavras. Destaque para o desenvolvimento técnico dos músicos que, auxiliados por Paulo Anhaia, passaram a explorar melhor os acordes, suas inversões, facilitações para alguns riffs, idéias de passagem, repetições, pontes, turn arounds e etc...Destaque para a sonoridade clean, com percussão, violão e guitarra sem muitos efeitos.






Liberdade faz parte do CD “Resgate”, que tem algumas peculiaridades. Primeiro que ele não foi masterizado, apenas checaram os níveis de áudio e a seqüência das músicas, deixando a sonoridade bem “crua”. As letras deste álbum são bem na contra mão do evangeliquês e dos chavões gospel. O trabalho não foi muito compreendido na época, mas hoje ele é, e várias músicas são tocadas nos shows.




Em todo lugar é alusiva ao salmo 139. Destaque para a sonoridade alcançada na gravação, que, somada ao estilo da música, ao arranjo cru e sua letra, formaram um belo conjunto. Destaque para a sonoridade vintage do louvor.




O álbum “Resgate Praise” foi cercado de improbabilidades. Havia pouco tempo para ensaiar, cada um estava vivendo em uma cidade diferente e não havia nenhuma composição pronta, mas mesmo assim tudo deu certo e esse é um dos melhores momentos da banda, musicalmente mais maduros e bem melhores no desempenho ao vivo. Este momento é representado por Restauração, Infinitamente mais e Nome da paz.




Empurrados pela MTV, ouve uma época em que todas as bandas começaram a gravar seus sucessos em versões acústicas. No meio gospel não foi diferente e a banda Resgate também fez o seu registro “desplugado”. Destaque para a pegada big band de Luciféia e para Água viva, conduzida por um belo naipe de cordas e pelo competente back formado por Érica, Débora e Léia.




Representando o álbum “Eu continuo de pé” temos Para todos os efeitos. Este CD marca a entrada de Dudu Borges na banda, a princípio como convidado e anos depois definitivamente. O repertório possui uma proposta boa, mas traz consigo uma maré baixa nas composições.




Em 2004 gravaram “15 anos – ao vivo”, que trouxe os principais hits da banda, ao lado de três faixas inéditas, entre elas O Rio, que tem uma métrica cativante e O meu lugar que é um rock num compasso 3x4, que conta ainda com a participação especial de Faty nos contracantos.




Passo a passo é uma declaração de amor a Deus de uma forma diferente. Da letra veio o título do primeiro CD do Resgate produzido por inteiro pelo Dudu – “Ate eu envelhecer” - que faz alusão a idéia de se manter firme, até a vida acabar. Destaque para o riff da intro e para o solo de teclado no final.




Astronauta traz licks de guitarra e órgão acompanhando a bateria que executa diversas levadas, deixando a canção com uma dinâmica bem interessante.




Fechando o set list ouvimos a única inédita deste trabalho. Assim caminha a humanidade? foi deixada pra trás no “Ainda não é o último”, deixando espaço para o encaixe de “Vesúvio”. Mas parece não ter sido por acaso, já que, o fato de ser meio autobiográfica dá sentido a sua inclusão neste repertório.




(NE: Nos comentários sobre as faixas foram usados, com permissão, trechos dos relatos encontrados no encarte.)




Mais informação no site dos caras.




www.bandaresgate.com.br


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Roberto Frejat

































Roberto Frejat (Rio de Janeiro, 21 de maio de 1962) é um cantor, compositor e guitarrista brasileiro. Mais conhecido no Brasil apenas como Frejat, é um vocalista e um dos fundadores da banda Barão Vermelho. Foi também o principal parceiro de Cazuza em composições.HistóriaSua mãe é de origem judaica e seu pai de origem árabe, gostava dos clássicos como Janis Joplin e Ângela Rô Rô, sempre interessando-se por MPB e rock brasileiro, no qual quando conheceu Cazuza ambos descobriram os mesmos "gostos" de generos musicais.Barão VermelhoEm 1981, junto com Maurício Barros e Guto Goffi fundaram do grupo Barão Vermelho, onde mais tarde ingressariam Dé e Cazuza. No Barão Vermelho, ele formaria a dupla de compositores Frejat e Cazuza, que ali só tocava covers viria a formar suas proprias canções e um repertorio proprio. O primeiro LP, "Barão Vermelho" gravado em dois dias não teve muitas vendas, mas influenciaria a banda a lançar o segundo álbum, "Barão Vermelho 2", vindo logo depois "Maior Abandonado" onde implacaria o hit "Bete Balanço" tema do filme Bete Balanço. Logo depois vindo a apresentação no Rock In Rio em 1985. No mesmo ano Cazuza deixaria a banda para dedicar-se a carreira solo, então Frejat assumiria os vocais da banda, e continuando a parceria com Cazuza. Nestes 20 anos de carreira e treze álbuns, Frejat compôs músicas de grande sucesso na história do rock brasileiro, dentre as quais: "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Eu Queria Ter Uma Bomba","Pedra, Flor e Espinho", "O Poeta Está Vivo", "Pense e Dance" e "Por você". Ao longo dos anos, a banda teve uma constante renovação, que atraiu novos fãs. Seus shows atraiam um público numeroso, e as vendas de alguns discos atingiram marcas bem altas. A liderança de Frejat sempre foi considerada essencial no sucesso da banda, e sempre esteve envolvido em cada novo lançamento, passando da composição até a produção e pós-produção dos CDs.Carreira soloEm 2001, lançou seu primeiro album solo Amor pra Recomeçar, obtendo sucesso com a faixa-titulo, "Homem não Chora", "Segredos" e "Quando o Amor Era Medo", onde vários artistas proeminentes gravaram arranjos de suas composições, incluindo Caetano Veloso, Gal Costa, Cássia Eller e Ney Matogrosso. Em 2003 lança seu segundo álbum Sobre Nós Dois e o Resto do Mundo e em 2008 Intimidade entre Estranhos, realizando uma turnê pelo Brasil para divulgação do trabalho.Roberto Frejat foi eleito por uma revista britância o melhor guitarrista brasileiro dos anos 80.Fonte:



























paulo Milkos
























Desde garoto Paulo Roberto de Souza Miklos tem uma fina sintonia com a música. Nascido em São Paulo em 21 de janeiro de 1959, ele ainda na infância estudou piano, sax e flauta transversa. Aos 12 anos, ganhou o primeiro violão e avisou aos pais que tinha decidido seu futuro profissional: queria ser músico. Paulo desbravava precocemente cada instrumento que caía na sua frente, enquanto bebia na fonte de Beatles, Led Zeppelin, Deep Purple e da Tropicália. Foi no colégio Equipe que começou a cristalizar o que era ainda um sonho. Ao lado do colega de classe Arnaldo Antunes, passou a fazer música sem parar, nas primeiras parcerias do que adiante seriam os Titãs. A estréia profissional aconteceu num festival da TV Tupi, em 1979, quando fez um arranjo para um reggae de Chico Evangelista. A partir dali não ficou mais distante dos palcos. Percorreu o circuito de bares paulistanos fazendo shows solo, tocou com a banda Bom Quixote, foi crooner da big band Sossega Leão e integrou a eclética Banda Performática, capitaneada pelo artista plástico José Roberto Aguilar, que chegou a lançar um disco independente em 1982. Considerado um curinga musical, passou a ser convocado com freqüência para tocar com nomes já estabelecidos em São Paulo, como Arrigo Barnabé.Depois que completou o Segundo Grau no Equipe, Paulo fez vestibular e passou para Filosofia na PUC e para Psicologia em Mogi Mirim. Assistiu a algumas aulas, mas notou que era um forasteiro naquele ambiente e abandonou ambos. Resolveu entrar na Escola de Comunicações e Arte da USP, mas o curso excessivamente voltado para a música erudita o fez desistir dois anos depois.Considerado pela crítica uma das melhores vozes de sua geração, Miklos canta desde o primeiro hit dos Titãs, "Sonífera Ilha", até outras canções que a banda transformou em sucesso nacional, como "Bichos Escroto" (1986), "Diversão" (1987) e "Pra Dizer Adeus" (que estourou no "Acústico", em 97). Desde os primórdios do grupo, ele sempre foi uma espécie de regra três da banda, trocando de instrumento conforme a música: sax, baixo, teclado, bandolim, gaita... Em 1994, depois que os Titãs terminaram a turnê de seu disco mais pesado, "Titanomaquia", Miklos lançou seu primeiro álbum solo, que trazia uma sonoridade acústica e canções de sua autoria repletas de lirismo. Em 2001, depois de cantar "É Preciso Saber Viver", que se tornou hit no Brasil inteiro na regravação dos Titãs, Miklos emplacou seu segundo disco, "Vou Ser Feliz e Já Volto", produzido por Dudu Marote. Consagrado nos palcos, Miklos acabou roubando a cena também no cinema. Em 2002, sob a direção de "Beto Brant", ele estreou com sucesso na telona, estrelando o filme "O Invasor". No papel do assassino Anísio, ganhou o prêmio de ator revelação no Festival de Cinema de Brasília e se tornou uma das gratas surpresas do cinema nacional. Algumas semanas depois, botou na estante mais um troféu de sua breve carreira cinematográfica: foi eleito o melhor ator coadjuvante no Festival de Miami.Miklos mora em São Paulo, é casado com Rachel Salém e com ela teve Manoela, nascida em 1983.




quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Branco Mello
























A música entrou na vida de Joaquim Claudio Corrêa de Mello Júnior através do cinema. Ainda criança, o menino nascido no dia 16 de março de 1962 era levado pelo pai quase toda semana para assistir aos célebres musicais da Metro. As trilhas do cinema se misturava a outras influências, como a Bossa Nova, que o pai não tirava da vitrola, e aos shows e peças promovidos pela mãe, Lu Brandão, uma respeitada agitadora cultural. O resultado foi uma vasta descoberta artística e musical. A partir da adolescência, já apelidado de Branco pelos amigos do colégio primário, ele ouvia de tudo um pouco. Desde Frank Sinatra, e Glenn Miller até Gilberto Gil e Caetano Veloso, passando por Chuck Berry, Little Richards, The Doors, Stray Cats, The Clash, João Gilberto, Raul Seixas, Tim Maia, Cartola, Zé Ketti...Cercado das mais diferentes influências, Branco resolveu aprender a tocar violão. Ele e Marcelo Fromer, que conheceu no colégio Hugo Sarmento aos 13 anos, começaram a rabiscar algumas parcerias e chegaram a inscrever duas músicas num festival promovido pela Brahma, no Rio de Janeiro. Se não chegaram a se classificar, pelo menos serviu para apontar um futuro promissor para a dupla, que acabou formando o Trio Mamão, completado por Tony Bellotto. Foi também na época do Equipe que ele e Fromer passaram a auxiliar Serginho Groisman, organizador de eventos memoráveis no colégio, na produção de shows de medalhões da música brasileira, como Clementina de Jesus, Jorge Mautner e Luiz Melodia, três de seus ídolos.Em 1982, Branco foi o mestre de cerimônias do TV Eclipson, espetáculo que parodiava programas de auditório e reunia quase todos os nove integrantes que formariam os Titãs do Iê-Iê e outros artistas do cenário alternativo paulistano. Branco Mello encarnava um apresentador que misturava um pouco de Flavio Cavalcante, um pouco de Hebe Camargo. O talento para atuar veio à tona novamente em 1985, no filme "Areias Escaldantes", em que fez pontas vivendo um sushiman e um manicure, além de cantar com os Titãs. A dobradinha música/cinema sempre fez parte da vida de Branco, que com uma câmera portátil registra a trajetória da banda desde os seus primeiros meses de vida. No total, são mais de 100 fitas gravadas, a partir de 1986.Nas primeiras longas férias da banda, em 1994, Branco se juntou ao amigo Sérgio Britto e à baterista Roberta Parisi e formou a banda Kleiderman, na qual cantava e tocava baixo. O grupo, de som pesado e letras agressivas, lançou pelo selo Banguela o disco "Con el Mundo a Mis Pies". Em 2000, formou a banda S. Futurismo, a princípio com um único objetivo: se divertir. Mas de show em show, o grupo acabou convidado para se apresentar na Tenda Brasil do Rock in Rio 3, em janeiro de 2001.No fim do mesmo ano, Branco lançou um projeto infantil audacioso: o livro/CD "Eu e Meu Guarda-Chuva", que conta a história de Eugênio e seu inseparável guarda-chuva. O disco, com dez canções feitas em parceria com Ciro Pessoa (um dos fundadores dos Titãs do Iê-Iê), traz convidados de peso em cada faixa, entre eles Arnaldo Antunes, Elza Soares, Cássia Eller, Frejat, Toni Garrido e Marcelo D2. Em outubro deste ano, "Eu e Meu Guarda-Chuva" vai virar uma ópera-rock, que chegará aos palcos com Andréa Beltrão à frente do elenco. Branco é autor de outro projeto: um vídeo com a história dos Titãs, usando imagens exclusivas que registrou com sua câmera.Casado com a atriz e produtora Angela Figueiredo, Branco mora no Rio com os dois filhos, Bento, nascido em 1991, e Joaquim, que nasceu em 99, e com a enteada, Diana Bouth.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sérgio Britto
























Sérgio de Britto Álvares Affonso é o único carioca dos Titãs, mas deixou o Rio ainda bebê, logo depois que nasceu, no dia 18 de setembro de 1959. Ele e os irmãos, Rui e Gláucia, moravam em Brasília quando em 1964 os militares tomaram o poder e o pai deles, o então deputado federal Almino Afonso, líder do PTB na Câmara e inimigo feroz da ditadura, teve que deixar o Brasil para não ser preso. Um ano depois, quando Fábio, o caçula, já havia nascido, a família toda saiu do país. Durante os nove anos de exílio forçado, Sérgio Britto morou no Chile e acabou sendo alfabetizado em castelhano.Britto cresceu ouvindo Beethoven, Chopin e outros monstros sagrados da música clássica que o pai escutava, mas até os 13 anos seu desejo era um só: ser pintor. Graças à irmã, que tinha aulas de violão, descobriu o disco "Help", dos Beatles, e passou a se interessar por música. Com 14 anos, ao voltar para o Brasil, teve as primeiras aulas de piano. Nessa época ouvia Yes, Emerson, Lake & Palmer, The Who, Led Zepellin, The Beach Boys e muita MPB. Logo depois passou a dedilhar o violão que a irmã deixava encostado num canto. Já de volta ao Brasil, foi estudar no colégio Equipe. Mas enquanto os outros titãs se embrenhavam em bandas e festivais, Britto compunha sozinho, em casa, dividindo-se entre a música e os textos do poeta tropicalista Torquato Neto, que se suicidara em 1972. A obra de Torquato inspirou Britto a fazer suas primeiras músicas, como "Go back", cuja letra ele musicou e acabou fazendo parte do LP de estréia dos Titãs. Na mesma época, fez "Os Olhos do Sol", gravada somente em 2000, quando Britto lançou seu disco solo. No Equipe, o tecladista conheceu Arnaldo Antunes e com ele passou a fazer suas primeiras composições a quatro mãos. Quando os Titãs se reuniram informalmente em 1981, na "Idade da Pedra Jovem", Britto fez sua estréia numa banda. O tecladista é o compositor com maior número de canções gravadas nos Titãs, entre elas sucessos como "Marvin" (com Nando Reis), "Homem Primata" (com Marcelo Fromer, Nando Reis e Ciro Pessoa), "Comida" (com Fromer e Arnaldo Antunes), "Miséria" (com Arnaldo e Paulo Miklos) e a recente "Epitáfio". Em 1994, ao lado de Branco Mello e da baterista Roberta Parisi, Britto formou a banda Kleiderman, que lançou um único disco ("Con el Mundo a Mis Pies") pelo selo Banguela, criado pelos Titãs em parceria com a WEA. Em 2001, Britto mostrou seu trabalho pessoal no disco solo "A Minha Cara", reunindo 13 canções de sua autoria e parcerias com Fromer e Arnaldo Antunes.Em 2006 lança seu segundo disco Eu sou 300,com chulapa free Cosmopole,entre outras em 2010 sai seu terceiro disco SP55 um disco de inéditas,e algumas regravações.Britto mora em São Paulo, é casado com Raquel Garrido e é pai de José e Júlia.




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tony Bellotto



Foi depois de ler uma reportagem sobre Jimi Hendrix, em 1970, na revista "Manchete", que Antonio Carlos Liberalli Bellotto decidiu o que seria quando crescesse: guitarrista de rock. Logo depois que descobriu Hendrix e seus discos, o menino nascido em 30 de junho de 1960, bisneto de italianos e neto de portugueses, começou a tocar violão e a arriscar suas primeiras composições, enquanto ia conhecendo outros virtuoses da guitarra, como Keith Richards, Jimmy Page e Eric Clapton. Bellotto dividia a paixão pelo rock com a literatura. Devorador de livros e revistas, ele foi conhecendo Rubem Fonseca, Jorge Amado, Ernest Hemingway, Herman Melville e seu arrebatador romance "Mobby Dick". Nascia aí um desejo, ainda que velado, de escrever livros, o que se cristalizaria nos anos 90.O sonho de ser roqueiro, porém, parecia mais próximo e aos 14 anos Bellotto ganhou sua primeira guitarra. Embora já ouvisse a Jovem Guarda e tivesse fascinação por "Yellow Submarine", dos Beatles, Bellotto só mergulhou fundo no rock um ano depois, em 1975, quando viajou para os Estados Unidos. Voltou ao Brasil para morar em Assis, no interior de São Paulo, trazendo na bagagem um leque de novidades, como os bluesmen Muddy Waters e Robert Johnson. Tantas influências, misturadas a Caetano Veloso, João Gilberto e Luís Melodia, três outros nomes que passou a ouvir sem parar, deixaram Bellotto com um elástico vocabulário musical. Ele começou, então, a percorrer faculdades e bares com voz e violão, mostrando composições próprias e abrindo shows de nomes já badalados na MPB, como Jorge Mautner.Através do amigo Carlos Barmack, acabou conhecendo Branco Mello e Marcelo Fromer, com quem formou o Trio Mamão. Nesse meio tempo, Bellotto chegou a cursar faculdade de arquitetura em Santos, mas acabou abandonando o curso dois anos depois para se dedicar à música. Em 1982, pouco antes de começar os ensaios com os Titãs do Iê-Iê, nascia sua primeira filha, Nina, de seu casamento com Ana Paula Silveira. A paixão por livros que carregava desde a infância aflorou para valer nas primeiras férias longas dos Titãs, em 1994. Admirador de romances policiais, Bellotto lançou em 95, pela Editora Cia. das Letras, seu primeiro livro, "Bellini e a Esfinge", a história de um detetive que vive no submundo de São Paulo. Dois anos depois, o personagem reapareceu numa segunda trama, "Bellini e o Demônio". Em 2001, o guitarrista-escritor deu duas tacadas literárias de uma só vez: lançou o romance policial "BR 163 – Duas Histórias na Estrada" e, para o público infanto-juvenil, "O livro do guitarrista", com dicas, discografia e curiosidades sobre a história do rock. Em 2002, a primeira aventura de Bellini foi adaptada para o cinema, com Fábio Assunção vivendo o personagem-título. Na televisão, o guitarrista começou a apresentar em 99, na TV Futura, o programa "Afiando a Língua", uma informal aula eletrônica de português.Casado desde 1990 com a atriz Malu Mader, Tony Bellotto teve com ela mais dois filhos, João e Antônio, nascidos respectivamente em 95 e 97. Os quatro moram no Rio.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Marcelo Fromer






















Marcelo Fromer nasceu no dia 3 de dezembro de 1961, e cresceu em São Paulo, numa casa que vivia repleta de amigos, entre eles Branco Mello, que conheceu aos 13 anos, no colégio Hugo Sarmento. Aos 15, descobriu Chico Buarque, Beatles e a Tropicália e começou a estudar violão, com Luiz Tati, do grupo Rumo. Foi no período em que estava no colégio Equipe, entre 1977 e 79, que formou o Trio Mamão, ao lado de Branco e Tony Bellotto. Mas, como detestava cantar, era o único do trio que se dedicava exclusivamente ao violão. Foi também no Equipe que ele, o inseparável amigo Branco e outros colegas criaram a "Papagaio", uma revista que misturava histórias em quadrinhos, poesias e textos ácidos sobre decisões internas da escola. Enquanto isso, não parava de compor e tocar. A música, porém, concorria com outra atividade que Marcelo também levava a sério: o futebol. Torcedor doente do São Paulo, chegou a treinar no juvenil e nos juniores do clube paulista. Terminado o colégio, Marcelo chegou a experimentar a faculdade de Letras na USP, ao lado de Branco, mas os dois abandonaram o curso antes de completar dois anos. Em 1981, na pré-estréia dos Titãs do Iê-Iê no evento "A Idade da Pedra Jovem", Marcelo se empolgou e o show inteiro tocou guitarra como se fosse violão, sem palheta. Chegou ao fim da noite com os dedos em carne viva e com manchas de sangue em sua Giannini creme. Em 84, com o lançamento do primeiro LP dos Titãs, Marcelo mostrou que tinha talento não só como guitarrista, mas também para gerenciar a banda. Informalmente, assumiu o posto de homem de negócios do grupo. Renovações de contrato, cachês de shows e todas as decisões burocráticas precisavam ter o seu aval. Com as primeiras turnês dos Titãs pelo país, veio à tona outra paixão de Marcelo: a gastronomia. Era ele quem normalmente escolhia os restaurantes onde a banda iria comer nas cidades pelas quais passavam.O lado empresário e gourmet se encontraram no Rock Dog, lanchonete especializada em cachorro-quente que ele abriu em 89, em São Paulo, em sociedade com os irmãos Thiago e Cuca, e com Branco e Bellotto. Em 2000, tornou-se sócio da pizzaria Campana, também na capital paulista. Um ano antes, Marcelo já tinha mostrado seus dotes culinários no livro "Você Tem Fome de Quê?", no qual listava receitas de vários restaurantes brasileiros combinadas com cifras e curiosidades de alguns sucessos da banda.No dia 11 de junho de 2001, na véspera de começar a gravar o 13o disco dos Titãs, "A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana", Marcelo foi atropelado em São Paulo por um motoboy, enquanto praticava cooper. Morreu dois dias depois, deixando três filhos: Susy, de seu primeiro casamento com Martha Locatelli Fromer, e Alice e Max, de seu segundo casamento, com Ana Cristina Martinelli, a Tina.