

A música entrou na vida de Joaquim Claudio Corrêa de Mello Júnior através do cinema. Ainda criança, o menino nascido no dia 16 de março de 1962 era levado pelo pai quase toda semana para assistir aos célebres musicais da Metro. As trilhas do cinema se misturava a outras influências, como a Bossa Nova, que o pai não tirava da vitrola, e aos shows e peças promovidos pela mãe, Lu Brandão, uma respeitada agitadora cultural. O resultado foi uma vasta descoberta artística e musical. A partir da adolescência, já apelidado de Branco pelos amigos do colégio primário, ele ouvia de tudo um pouco. Desde Frank Sinatra, e Glenn Miller até Gilberto Gil e Caetano Veloso, passando por Chuck Berry, Little Richards, The Doors, Stray Cats, The Clash, João Gilberto, Raul Seixas, Tim Maia, Cartola, Zé Ketti...Cercado das mais diferentes influências, Branco resolveu aprender a tocar violão. Ele e Marcelo Fromer, que conheceu no colégio Hugo Sarmento aos 13 anos, começaram a rabiscar algumas parcerias e chegaram a inscrever duas músicas num festival promovido pela Brahma, no Rio de Janeiro. Se não chegaram a se classificar, pelo menos serviu para apontar um futuro promissor para a dupla, que acabou formando o Trio Mamão, completado por Tony Bellotto. Foi também na época do Equipe que ele e Fromer passaram a auxiliar Serginho Groisman, organizador de eventos memoráveis no colégio, na produção de shows de medalhões da música brasileira, como Clementina de Jesus, Jorge Mautner e Luiz Melodia, três de seus ídolos.Em 1982, Branco foi o mestre de cerimônias do TV Eclipson, espetáculo que parodiava programas de auditório e reunia quase todos os nove integrantes que formariam os Titãs do Iê-Iê e outros artistas do cenário alternativo paulistano. Branco Mello encarnava um apresentador que misturava um pouco de Flavio Cavalcante, um pouco de Hebe Camargo. O talento para atuar veio à tona novamente em 1985, no filme "Areias Escaldantes", em que fez pontas vivendo um sushiman e um manicure, além de cantar com os Titãs. A dobradinha música/cinema sempre fez parte da vida de Branco, que com uma câmera portátil registra a trajetória da banda desde os seus primeiros meses de vida. No total, são mais de 100 fitas gravadas, a partir de 1986.Nas primeiras longas férias da banda, em 1994, Branco se juntou ao amigo Sérgio Britto e à baterista Roberta Parisi e formou a banda Kleiderman, na qual cantava e tocava baixo. O grupo, de som pesado e letras agressivas, lançou pelo selo Banguela o disco "Con el Mundo a Mis Pies". Em 2000, formou a banda S. Futurismo, a princípio com um único objetivo: se divertir. Mas de show em show, o grupo acabou convidado para se apresentar na Tenda Brasil do Rock in Rio 3, em janeiro de 2001.No fim do mesmo ano, Branco lançou um projeto infantil audacioso: o livro/CD "Eu e Meu Guarda-Chuva", que conta a história de Eugênio e seu inseparável guarda-chuva. O disco, com dez canções feitas em parceria com Ciro Pessoa (um dos fundadores dos Titãs do Iê-Iê), traz convidados de peso em cada faixa, entre eles Arnaldo Antunes, Elza Soares, Cássia Eller, Frejat, Toni Garrido e Marcelo D2. Em outubro deste ano, "Eu e Meu Guarda-Chuva" vai virar uma ópera-rock, que chegará aos palcos com Andréa Beltrão à frente do elenco. Branco é autor de outro projeto: um vídeo com a história dos Titãs, usando imagens exclusivas que registrou com sua câmera.Casado com a atriz e produtora Angela Figueiredo, Branco mora no Rio com os dois filhos, Bento, nascido em 1991, e Joaquim, que nasceu em 99, e com a enteada, Diana Bouth.
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